top of page

Ouro Preto, riqueza de lugar!!!

  • Foto do escritor: amigasestradeiras
    amigasestradeiras
  • 28 de dez. de 2018
  • 9 min de leitura

Destino Ouro Preto – 23 a 26 de setembro de 2016


Outro destino incrível que as estradeiras visitaram foi Ouro Preto, em Minas Gerais. Cidade cheia de cultura e importante papel na história do nosso país.


Nossa ida foi super tranquila, aéreo de Navegantes a Confins, com parada em São Paulo, sem nenhum contratempo.


O problema foi quando pousamos em Belo Horizonte, pegamos nossa bagagem e constatamos que o translado que havíamos contratado pra nos levar até Ouro Preto, pela ‘Esse Trem Turismo’, não estava nos aguardando. Entramos em contato com a empresa e, no fim das contas, ficou claro que o motorista havia nos esquecido. A Udi, sempre muito ágil e conversadeira, logo achou outro motorista particular para o nosso transporte. Como já era hora do almoço, ele parou conosco num restaurante no caminho e depois nos levou até o hotel.

O check-in no hotel foi no início da tarde e deu tudo certo com a reserva que tinha sido feita com antecipação. Escolhemos, depois de muita pesquisa, a Pousada dos Meninos, pelas opiniões positivas na internet e pela boa localização.





Os proprietários e funcionários foram super atenciosos, as instalações do casarão haviam sido reformadas há pouco tempo, o café da manhã bem gostoso, com várias iguarias preparadas pelas meninas da cozinha de lá mesmo. Super indicamos.

Depois de um banho e breve descanso, saímos a pé para fazer o reconhecimento das redondezas. Em Ouro Preto as ruas são todas de pedra sabão, que podem ser muito lisas, e tem muitas ladeiras. Portanto, era necessário tomar cuidado pra não escorregar, porém foi inevitável sentir dor nas panturrilhas nos dias seguintes.




Ladeiras

Durante esse passeio despretensioso nas primeiras horas na cidade, por acaso do destino, cruzamos com o motorista Luizinho que havia nos esquecido no aeroporto. Depois de se desculpar inúmeras vezes, e ter sido perdoado, fechamos com ele a nossa volta para o aeroporto e a contratação de uma guia para o dia seguinte, que nos apresentaria as diversas igrejas e outros atrativos da região.



Na volta para o hotel, paramos em uma pequena mercearia que ficava bem próxima, onde tomamos um café e degustamos algumas delícias de Minas, ao som das conversas vizinhas entoadas pelo gostoso sotaque mineiro.


Para essa primeira noite, escolhemos jantar no ‘Tenente Pimenta Rock Bar’, que ficava umas poucas ladeiras de distância do hotel. Fomos a pé mesmo, guiadas pelas informações do pessoal da pousada. O local é uma espécie de pub, com luzes baixas, não muito grande, frequentado por um pessoal mais jovem que gosta de se reunir pra conversar e curtir boa música. Bem interessante, mas não ficamos muito tempo pois estávamos cansadas da viagem.



No sábado, depois de um delicioso café da manhã, fomos buscadas pelo guia Washington, que nos levou para passear e conhecer importantes pontos da cidade.


Começamos pela Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, que é um belíssimo exemplar do barroco brasileiro, em cujo interior tem mais de 400 kg de ouro nos altares e lindas pinturas no teto. Para nossa tristeza, não é permitido tirar fotos no interior das igrejas. Anexo também fica o Museu de Arte Sacra. E logo em frente fica uma das inúmeras lojas da cidade que vendem pedras extraídas das minas de Ouro Preto, vendidas avulsas ou já nas jóias.


Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar

Claro que as estradeiras não resistiram e compraram anéis, brincos, além das gemas separadamente. É possível adquirir pedras como o topázio imperial, que só é encontrado na região de Ouro Preto e cidades vizinhas, por um precinho bem legal. Uma reluzente tentação!


Topázio Imperial

O almoço foi no tradicional Restaurante Contos de Réis, que fica instalado na senzala de um antigo casarão do século XVIII, que serve um farto e variado Buffet com ingredientes típicos de Minas tanto nos pratos quentes como nas sobremesas.





interior do Restaurante

O local é muito charmoso, a comida é servida em panelas de barro, o atendimento é eficiente. Dica: chegar cedo, pois o lugar é bastante disputado. Fica bem próximo da Praça Tiradentes, que é o ponto central da cidade, onde se encontra um monumento em homenagem ao Mártir da Inconfidência.


Após o almoço fomos visitar a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que mistura traços do barroco e do rococó. É um dos mais originais edifícios sacros do tempo do Brasil Colônia, monumento tombado pelo IPHAN. Infelizmente não estava aberta para visitação, mas a localização, bem no alto da cidade, permitiu uma bela vista.


Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos



Vista do alto do morro da Igreja

Nesse dia fomos visitar também uma autêntica mina de extração de ouro, a Mina de Ouro Du Veloso. Essa é uma mina que não chegou à época da industrialização, ou seja, foi explorada apenas manualmente por pessoas praticamente escravizadas.



A fachada é de uma casa normal, logo na entrada tem a lojinha de lembranças e pedras preciosas. Antes de adentrar nos corredores úmidos, estreitos e escuros da mina, tivemos que colocar uma touca descartável e um capacete de proteção.





A visita é guiada e durante todo o caminho que percorremos (cerca de 200 metros), o guia foi dando explicações de como funcionava o trabalho ali. É realmente muito interessante, importante para sabermos como foi difícil a jornada de muitas pessoas. Recomendamos!





Interior da Mina

Antes de voltar ao hotel ainda fomos conhecer a Ponte Antônio Dias, mais conhecida como “Ponte dos Suspiros”. É uma ponte em estilo romano, tem um formoso mirante e recebeu esse nome pois uniu o amor proibido de Marília e Dirceu, que ali flertavam. As estradeiras são solteiras, mas adoram uma história de amor!



Nessa noite jantamos no Escada Abaixo Pub e Butiquim, que é mais um dos charmosíssimos restaurantes de Ouro Preto. O ambiente é descontraído, com luz baixinha, música bacana, pessoas bonitas.



O cardápio serve várias opções, mas nós ficamos nos sanduíches, deliciosos por sinal. Ao final da noite, a nossa conta veio à mesa dentro de um saquinho coador de café. Uma graça!











Para a manhã do domingo, logo após o café, tínhamos outro encontro marcado com o nosso guia Washington, que primeiramente nos levaria à estação ferroviária e depois nos encontraria na cidade vizinha Mariana.





Estação de Ouro Preto

Fizemos o trajeto de Ouro Preto até Mariana com o Trem da Vale, cujo ingresso já tínhamos comprado no dia anterior. O passeio a bordo da simpática e bem conservada locomotiva dura cerca de 1 hora e é uma verdadeira viagem no tempo. Até parecia cenário de novelas das seis. São 18 km de história, cultura e belezas naturais. Passamos por uma bela cachoeira, pela antiga estação ferroviária de Mariana, por uma antiga fábrica de tecidos, por locais que já foram minas de ouro. Realmente muito rico esse passeio!






Chegamos à estação ferroviária de Mariana e nosso guia já estava nos aguardando.


Estação de Mariana

Fomos então à Praça Minas Gerais, que fica no centro da cidade e é rodeada pelo conjunto arquitetônico formado pela Casa da Câmara e Cadeia, Igreja São Francisco Assis e Igreja Nossa Senhora do Carmo.



A Casa da Câmara e Cadeia é a atual sede da Câmara dos Vereadores, mas já foi usada como cadeia no pavimento inferior e Prefeitura no pavimento superior, em tempos passados.


Interior da Câmara

A Igreja de São Francisco não é aberta à visitação, mas a de Nossa Senhora do Carmo conta com um belo interior, também reluzente, não devendo nada para as igrejas de Ouro Preto.


Interior da Igreja Nossa Senhora do Carmo

No centro da praça fica o Pelourinho, que foi construído em 1970 (o original foi destruído em 1870), e simboliza o poder do Estado e lugar de punições públicas para criminosos ou escravos.



Vista para Pelourinho

Logo ao lado da praça, o guia nos levou a mais uma loja de pedras preciosas e também muitas peças sacras entalhadas em madeira. De encher os olhos e esvaziar os bolsos.


Depois almoçamos no Restaurante Casarão, que também oferecia um Buffet com iguarias típicas de Minas e, como o próprio nome diz, ficava instalado no pavimento superior de um antigo casarão da cidade. Logo em frente fica uma bonita praça com lago, coreto, rodeada de belas construções da arquitetura mineira.


Fachada do Restaurante




Voltamos a Ouro Preto no carro do guia, por via rodoviária, cujo trajeto fica mais curto e muito mais rápido que pela via ferroviária. Nos despedimos de Washington, que nos prestou eficiente serviço no tempo que passou conosco, e seguimos nosso domingo por conta própria, indo conhecer o Museu Casa dos Contos, que é a antiga casa da moeda do Brasil. Também instalado num belíssimo casarão, o local mostra a fundição de ouro no Brasil Colônia e a evolução do sistema monetário brasileiro.


Fachada do Museu dos Contos




Saímos de lá debaixo de um céu muito escuro, que anunciava a chegada de uma tromba d’água e realmente assim aconteceu bem no momento em que adentramos no local da nossa próxima visita, que foi o Museu da Inconfidência.


ao fundo o Museu da Inconfidência

Este é um museu histórico e artístico que ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais quatro prédios auxiliares. O museu é dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira e também oferece um rico painel da sociedade e cultura mineiras no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII , incluindo obras de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho.


Localiza-se na Praça Tiradentes em frente ao monumento a Joaquim José da Silva Xavier. Visita fantástica e obrigatória em Ouro Preto.


Praça Tiradentes

Logo ao lado do museu fica a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, que é um templo católico e belo exemplar do estilo rococó no Brasil. Não estava aberta para visitação, mas a fachada é linda e da escadaria que fica em frente tem-se outra belíssima vista da cidade.


Igreja Nossa Senhora do Carmo



Vista da Cidade à partir da Igreja









Curioso que nesta hora já tinha parado de chover, pois a queda torrencial de água dos céus foi enquanto estávamos no museu. Em Ouro Preto você experimenta várias estações do ano num mesmo dia.


Na volta para o hotel, paramos para fotos e visita na Igreja São Francisco de Assis, que é uma das mais conhecidas igrejas brasileiras e uma das mais celebradas criações do mestre Aleijadinho, que foi um importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil Colonial.

É um templo católico, em estilo barroco com detalhes em rococó, datado do decorrer dos anos 1700. Essa obra contribuiu muito para a declaração da Cidade Histórica de Ouro Preto como Patrimônio da Humanidade.


Igreja São Francisco de Assis

Mas o melhor desta volta ao hotel foram as compras na feirinha da Pedra Sabão, que fica na Praça São Francisco, logo em frente à igreja.


Feirinha com a Igreja ao fundo

Feirinha de Pedra Sabão





É um dos principais atrativos da cidade, repleto de barracas, onde são vendidos artesanatos, esculturas, utensílios, relógios, entre outros, produzidos em pedra sabão. Mas também são comercializadas camisetas, cartões postais, entre outros produtos. Além desta feira, a cidade é recheada de lojas lindas e atrativas, que vendem artigos muito legais e variados. Dá pra voltar com a mala cheia de lembranças e presentes.


Personalizado na hora





Nesse dia, nosso café da tarde foi na Churreria dos Anjos, comandada por um simpático casal, onde eram servidos vários sabores de churros e pastel, além de um delicioso café.

Mas parece que nesse ano de 2018 o empreendimento fechou as portas.


À noite, o jantar foi no Restaurante O Passo, que podemos classificar como refinado e intimista, em ambiente rústico e antigo, porém elegante.



O cardápio oferece boa variedade, mas o carro chefe da casa são as pizzas, preparadas com ingredientes selecionados, em forno a lenha e com a massa bem fininha. De lamber os beiços!


Como chovia nessa noite, optamos por ir e voltar de táxi. Numa das ladeiras escorregadias do centro histórico, o carro começou a patinar e perder força e quase vimos nossa amiga Udi abandonar o veículo de medo. A barriga chegou a doer das risadas!


Depois da nossa última noite em terras mineiras, pela manhã, após o café e despedida de nossas amigas da cozinha da pousada, fomos fechar as malas.





Como ainda tínhamos um pouco de tempo antes do Luizinho vir nos buscar, fomos andar no entorno do hotel. Aproveitamos para fazer foto em frente à casa que abrigou Aleijadinho (logo ao lado do hotel), e à Matriz Nossa Senhora da Conceição, outra importante igreja da cidade, em cujo interior o escultor foi sepultado. A igreja estava fechada para restauro e pelo que consta foi reaberta em agosto de 2017.


Casa do Aleijadinho



Matriz Nossa Senhora da Conceição

Na hora marcada o motorista veio nos apanhar e após despedida dos nossos amigos do hotel, pegamos a estrada para voltar ao aeroporto de BH, pois cerca de 140 km nos separavam.


No caminho, mais precisamente no distrito de Amarantina, paramos para conhecer o Museu das Reduções. Uma obra da iniciativa privada, sem fins lucrativos, idealizada, projetada e executada pelos irmãos Vilhena, Ênio, Décio, Evangelina e Sylvia, ao longo dos últimos 27 anos. O Museu abriga em seu acervo verdadeiras relíquias da arquitetura brasileira, monumentos históricos tombados, reproduzidos artisticamente em escala reduzida, observando-se rigorosamente a utilização dos mesmos materiais empregados nas edificações originais.


Museu das Reduções




São mais de 25 réplicas de monumentos de 15 Estados do Brasil, expostas em jardins suspensos, que retratam com perfeição os 5 séculos de nossa riquíssima arquitetura. Gente, é muita riqueza de detalhes. Pena que não é permitido fotografar, mas vale demais a visita!


Almoçamos num restaurante grande que tinha no caminho, mas não lembramos o nome. Chegamos ao aeroporto com boa antecedência do vôo, o que nos permitiu ter um regresso bem calmo.


E assim encerramos mais um passeio memorável, que todos que tiverem a oportunidade e gostarem de muita história deveriam fazer.



Beijinhos das amigas estradeiras!


Notas sobre esse passeio:


- Tentamos em 2 oportunidades, dias e horários alternados, visitar o Teatro Municipal da cidade que dizem ser muito bonito. Porém, não tivemos sorte e demos com as fuças na porta nas 2 vezes.

·- Em Ouro Preto ficamos sabendo a origem de várias expressões populares, como por exemplo a do “fulano não tem eira, nem beira”, que significa uma pessoa sem posses. O guia explicou que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira, como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado, então construíam somente a tribeira, ficando assim "sem eira nem beira".

Comentários


© 2018 by Going Places. Proudly created with Wix.com

bottom of page