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Nova Veneza, uma colônia italiana no Brasil

  • Foto do escritor: amigasestradeiras
    amigasestradeiras
  • 30 de mai. de 2019
  • 7 min de leitura

Nova Veneza – 18 e 19 de agosto de 2018


Foi num sábado de manhã bem cedinho que saímos de casa rumo a Nova Veneza, cidade interiorana de Santa Catarina, fundada por italianos em 1891. Fomos de carro, as 3 estradeiras e levamos quase 5 horas pra percorrer os 340 km que separam Blumenau de lá.


Logo na chegada, a impressão é a melhor possível. O pórtico de entrada é muito bonito, foi erguido em pedra basalto, abundantemente encontrada no município. Em meio a canteiros bem cuidados, em um tem o letreiro com o nome da cidade e em outro tem o Monumento ao Imigrante, que foi construído em comemoração ao centenário da colonização, demonstrando que os costumes dos antepassados vindos da Itália são festejados e sobrevivem ao tempo.


Pórtico de Entrada

Monumento ao Imigrante

Letreiro da Cidade

Chegando no centro estacionamos o carro perto do restaurante Veneza, onde almoçamos.

A cidade é conhecida por sua rota gastronômica, que apresenta o melhor da culinária italiana e este restaurante é a prova disso. Com excelente localização, tem ambiente familiar, que faz você se sentir na casa da nona. As entradas e sobremesas são servidas no sistema self service e o prato principal vem na mesa. São massas, polenta, carnes, saladas. Uma delícia e o atendimento muito cordial. Pagamos em média R$ 60,00 cada pelo almoço, com as bebidas.


Restaurante Veneza

Restaurante Veneza

Restaurante Veneza

O restaurante fica na Praça Humberto Bortoluzzi, que aliás é rodeada por outros bons restaurantes. É nessa praça charmosa que fica a loja de artesanatos Arte Veneza, que reúne peças de várias artesãs, entre camisetas, chaveiros, miniaturas.



Mas o ponto alto do local é, sem dúvida, a Gôndola Lucille. Ela foi doada ao município pela província de Veneza e simboliza o elo com o país de origem dos primeiros colonizadores.

A gôndola fica num lago artificial ali na praça mesmo, é aberta para visitação e é uma das 4 embarcações oficiais espalhadas pelo mundo, fora da Veneza. Para o nosso azar, justamente naquele final de semana o lago estava em manutenção, motivo pelo qual a embarcação estava apoiada em cavaletes e não fomos recepcionadas pelos gondoleiros. Mas as fotos rolaram de todo jeito.


Gôndola Lucille

Depois nos dirigimos à Pousada Di Venezia, que já havíamos reservado com antecedência. Outra boa surpresa desse passeio, a pousada fica numa grande propriedade, 4 km afastada do centro, em meio à natureza, com completa infraestrutura. Os chalés são divididos em vilas, sendo que a recepção e o café da manhã ficam em outras instalações. Recebem também eventos particulares ou corporativos.


Entrada da Pousada

Tem lago, criação de animais e paredões de rochas ao fundo. O café era muito gostoso e a recepcionista Fabiane muito atenciosa. Pagamos, por 2 diárias, R$ 160,00 cada uma em quarto triplo bastante espaçoso, com frigobar e excelente ducha. A estadia no hotel nos deu de cortesia um passeio de quadriciclo pela propriedade. Fomos Andréa e Daniela num, a Udi com o instrutor em outro e mais um casal de hóspedes no terceiro carrinho. Saímos da recepção e fomos até o rancho dos cavalos, passando por trilhas em meio ao mato. Foi bem divertido e pra que todos pudessem guiar, um fazia a ida e o outro a volta.


Pousada Di Venezia

Pousada Di Venezia

café da manhã na Pousada Di Venezia

passeio de quadriciclo

Pousada Di Venezia

Tivemos direito também a uma mini cavalgada, ao redor do pasto mesmo, mas a graça da coisa era estar ali, naquele lugar lindo, em boas companhias. Gratidão define!



cavalgada

Para o café da tarde fomos ao Santuário Ecológico Aguaí, que é um parque inserido numa área de Mata Atlântica, com 135 mil metros quadrados. Nos fins de semana é aberto para o público, servindo almoço sob reserva e café colonial (não precisa reservar). Além da gastronomia, o local oferece trilhas, pedalinhos, rapel, tirolesa e vários animais domésticos circulam por lá. O café serve doces e salgados bem tradicionais.


Santuário Ecológico Aguaí

Santuário Ecológico Aguaí

café colonial

Santuário Ecológico Aguaí

Santuário Ecológico Aguaí

Santuário Ecológico Aguaí

A estrutura é rústica, aconchegante e tudo muito bem cuidado. Udi e Andréa se aventuraram na pequena tirolesa com 250 metros de extensão, atividade que tinha um baixo custo. Foi uma visita bastante agradável e nenhuma de nós gastou mais de R$ 30,00.


tirolesa

No caminho de volta para a pousada, em meio às estradas de terra, paramos ainda na Barragem do Rio São Bento, que é o maior reservatório de água da região Sul de Santa Catarina, com um lago artificial de 450 hectares. Tem ao fundo o belo

cenário da Serra Geral e um acesso aberto ao público que permite ver de perto o vertedouro e todo o cenário do entorno. Fomos agraciadas com um lindo entardecer que fez valer cada km percorrido.


Barragem do Rio São Bento

Barragem do Rio São Bento

Barragem do Rio São Bento

caminho para Barragem do Rio São Bento

Depois de um banho revigorante e um pouco de descanso, saímos para jantar. O restaurante escolhido foi a Casa do Chico, que também fica na Praça Humberto Bortoluzzi, instalado em um casarão acolhedor, decorado com muito bom gosto e lindamente iluminado nessa noite. Oferece uma selecionada carta de vinhos e o ponto forte do cardápio são as pizzas, massas e galetos. O local é bem freqüentado, tanto que chegamos um pouco tarde e precisamos esperar por uns 15 minutos até vagar uma mesa. Uma vez acomodadas, optamos pela pizza com uma taça de vinho, para brindar mais um lindo passeio das estradeiras. O preço foi justo, gastamos em torno de R$ 35,00 cada.


Restaurante Casa do Chico

interior do Restaurante


No domingo de manhã, depois daquele cafezão de hotel que adoramos, fomos na Vinícola Borgo. Instalada em um castelo, rodeado por tranqüila paisagem, o ambiente é ideal para degustar os produtos ali produzidos em pequena escala. São vinhos, licores, sucos, cachaças e geléias, que encantam por seus aromas e trazem o melhor das frutas. O castelo é aberto para visitação e tem espaço para a realização de eventos privados também.


Vinícola Borgo

Da torre do castelo é possível ver bem os arredores e fazer bonitas fotos. Muitas das nossas compras vieram de lá, por isso ficamos chateadas quando as atendentes nos apuraram na escolha dos produtos, pelo fato de estar chegando um ônibus de turismo. Muito deselegante, mas recomendamos a visita do mesmo jeito. A visita ao castelo é grátis e os produtos tem preços justos.


vista da torre do castelo

A próxima visita foi ao Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravaggio. Foi inaugurado em 1967, tem a forma de cruz com 40m de comprimento e cerca de 800 m² de espaço interno. O interior abriga também uma gruta, para oração e devoção e, aos pés de Nossa Senhora, brota água corrente e pura, vinda de uma fonte natural e abençoada. No exterior, o jardim é lindo e transmite uma gostosa sensação de paz. Foi um passeio perfeito para o domingo de manhã ensolarado que fazia.


Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravaggio

interior do Santuário

gruta no Santuário

jardim do Santuário

jardim do Santuário

Para o almoço escolhemos o Restaurante Mastella, que aos domingos serve comida típica italiana, churrasco e sobremesas. Nos outros dias somente com reserva. O lugar é bonito, grande e espaçoso, o atendimento é cordial. O Buffet é livre, estilo self service e as carnes são preparadas na chapa, indo direto pro seu prato. No jardim tem alguns atrativos para as crianças, inclusive pares de pernas de pau, que acabam divertindo também os adultos. Gastamos menos de R$ 40,00 cada nessa refeição.



interior do Restaurante


jardim do Restaurante

Voltando ao centro, na principal rua da cidade, fica o Museu do Imigrante. Instalado numa das mais antigas edificações da cidade, que já serviu até como Prefeitura do Município, foi inaugurado em 1991. Conta um pouco da história de Nova Veneza e região através de peças antigas como ferramentas, máquinas, vestuário, documentos e mobília. Numa das salinhas tem um poço, e é claro que nós jogamos uma moedinha lá dentro e nos concentramos cada uma em seu desejo. Fé é o que nos move, mas boa sorte também é bem vinda! O ingresso no museu era gratuito.


em frente ao Museu do Imigrante


Logo ao lado do museu, fica a Igreja Matriz de São Marcos, que é admirada tanto por sua grandiosidade arquitetônica, como pelo interior rico em obras de arte. São pinturas e esculturas sacras admiráveis, além de um relógio que veio de Turim (Itália) e quatro sinos que propagam sons melodiosos, cujas batidas diferenciam de acordo com a mensagem a ser levada. Está aberta todos os dias para visitação.


Igreja Matriz de São Marcos

interior da Matriz de São Marcos

Outro lugar que não poderíamos deixar de conhecer, são as Casas de Pedra Nono Luigi Bratti. Foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional estado de SC e atrai muitos turistas. Não é pra menos, pois o local é uma graça, realmente encantador. São 3 casas abertas pra visitação, construídas por imigrantes italianos no final do século XIX e restauradas em 2002. A técnica de construção usa essencialmente pedras e barro, de forma que a família proprietária limpava o terreno retirando pedras e já usando na obra, num trabalho que durou cerca de 10 anos pra ser concluído. Cada casa era destinada pra um ambiente; numa delas era a cozinha, na outra eram os quartos. Os jardins também são lindos e todo o complexo rende fotos maravilhosas! O valor do ingresso foi de R$ 5,00 pra cada.


Casas de Pedra Nono Luigi Bratti



A Gelateria e Café Gheppo foi nossa escolha para o café da tarde. Ela fica em frente à Praça Humberto Bortoluzzi, que estava bastante cheia, pois em quase todos os domingos recebe algum evento ou festividade que reúne os munícipes e visitantes. A cafeteria, que pertence à mesma família do Restaurante Casa do Chico, também estava bastante lotada, pois além de bons doces e salgados, ela serve um delicioso e autêntico sorvete italiano, dos mais variados sabores, num ambiente bastante atrativo.


Gelateria e Café Gheppo

Gelateria a noite

Praça Humberto Bortoluzzi

Ao lado da gelateria fica a loja da Coofanove, que é uma cooperativa de produção agroindustrial de Nova Veneza. O ambiente é bem organizado, lembra uma feirinha e vende os produtos de vários associados, dentre queijos, doces, conservas, embutidos, bebidas. A Udi, como boa italiana e cozinheira que é, comprou alguns pacotes da melhor farinha de milho, pra preparar uma boa polenta.


Voltamos para a pousada no fim da tarde e aproveitamos um tempinho livre para curtir a propriedade, ver os animais sendo tratados, dar uma volta no jardim

e no deck da lagoa.


Pousada Di Venezia



Nosso jantar foi na hamburgueria La Burgueria, que ficava bem ao lado da Prefeitura da cidade. O lugar era pequenino, a princípio sentamos na varanda, mas por conta da ventania forte que começou naquela noite acabamos indo para a parte de dentro da casa. A decoração ali era despojada e os freqüentadores na sua maioria jovens. Comemos um lanche honesto acompanhado de batatas fritas. Voltamos para a pousada embuchadas.


La Burgueria

La Burgueria

Antes de voltar para a pousada, ainda paramos para fazer fotos na Ponte Dei Morosi, que traduzida da língua vêneta significa Ponte dos Namorados. É uma passarela de aço, paralela à ponte sobre o rio Mãe Luzia, exclusiva para pedestres, alusiva à primeira ponte da cidade, construída no local em 1936. Por mais de vinte anos, foi ponto de encontro de namorados de muitas gerações e recordada até hoje por jovens da época. Muitos casaram-se e constituíram família. Além de toda esta nostalgia, as pessoas levam cadeados e prendem no corrimão, com juras de amor eterno. Muito fofo!


Ponte Dei Morosi ou Ponte dos Namorados

cadeados na Ponte Dei Morosi

Ponte Dei Morosi

Como nossa viagem de volta pra casa era bastante longa, optamos por dormir mais aquela noite na cidade e partir na segunda-feira, depois do café da manhã. E foi assim que fizemos, com muita tranqüilidade, pra viajar em segurança. Saímos de Nova Veneza por volta de 9h da manhã, após o café, e chegamos em casa perto das 14h, tendo parado 2 vezes no caminho, para lanchar e abastecer o carro.


Sempre gratas pelas oportunidades que temos e pelos lugares que conhecemos, encerramos mais um passeio revigorante.


Até a próxima resenha, que será da nossa cidade vizinha, Pomerode!


Curiosidade: Nova Veneza ainda promove anualmente, geralmente no mês de junho, o tradicional Baile de Máscaras, nos salões do Teatro Municipal. O baile marca a abertura da Festa da Gastronomia e do carnaval da cidade, que tem muita comida típica, shows e desfiles dos foliões mascarados pelas ruas da cidade.


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