Laguna, terra de Anita Garibaldi
- amigasestradeiras
- 20 de set. de 2018
- 6 min de leitura
Atualizado: 2 de out. de 2023
Laguna – 10 a 12 de outubro de 2015
Este passeio foi arriscado! Saímos de Blumenau, Daniela e Andréa, decididas de última hora, debaixo de muita chuva que caía por aqui, munidas com câmera fotográfica e guarda-chuva.
Era um destino que queríamos conhecer faz tempo e, como nossos trabalhos exigem muito de nós perto do fim do ano, era o último final de semana que nos restava livre. Então deixamos nossa positividade atropelar todas as evidências do mau tempo.
Laguna foi fundada em 1676, é uma cidade de colonização açoriana, tem um belo conjunto arquitetônico tombado pelo patrimônio nacional, além de lindas praias. Fica localizada na região sul de Santa Catarina, tem cerca de 44.000 habitantes e se transformou em um atrativo roteiro histórico cultural.
Era sábado de tarde quando começamos nosso passeio, dispostas a voltar somente na segunda-feira, que era feriado de Nossa Senhora Aparecida. Atravessamos a ponte de Laguna, lindamente iluminada de cor-de-rosa, alusiva à prevenção contra o câncer de mama, já no começo da noite. Erramos a entrada da cidade, tivemos que fazer retorno, depois nos enrolamos para achar o hotel, mas, enfim chegamos!
O hotel previamente reservado foi o Renascença, que fica na Praia do Mar Grosso, a 80 metros do mar. Ficamos em 2 apartamentos conjugados, cada uma com seu banheiro e sacada, o que nos deixava muito a vontade. O mobiliário não era moderno, mas ficamos bem instaladas. A localização era boa, o preço um dos melhores na época, o café da manhã era bem servido.
Até nos instalarmos ficou um pouco tarde, então naquela noite, antes de nos recolhermos, fomos jantar na Choperia Mix 10. O lugar era muito charmoso, decoração bonita, luz baixinha, cerveja gelada e comida gostosa. Fomos por indicação do recepcionista do hotel e não nos arrependemos.
Na manhã seguinte, após o desjejum, demos início às nossas visitas, no centro histórico de Laguna. Primeiramente fomos até a Casa de Anita, construída em 1711, que foi onde Anita Garibaldi morou, e hoje abriga um pequeno museu que guarda móveis de época e utensílios pessoais. O museu cobra um pequeno valor pelo ingresso, porém não estava em bom estado de conservação, aparentando precisar urgentemente de reformas.

Logo na esquina da rua, encontra-se a Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos, cuja primeira capela de pau a pique foi construída em 1696. Já a estrutura da atual edificação é datada de 1735, tem estilo barroco e quatro altares laterais folheados a ouro. Mais pra frente foram incorporadas as torres e o relógio. Esse templo pode ser considerado um verdadeiro acervo da história brasileira.

Em seguida fomos conhecer 2 pontos turísticos interessantes que ficam lado a lado, na Praça Lauro Muller: a Fonte da Carioca e a Casa Pinto D’Ullyssea. A primeira é uma das três fontes que abastecia a cidade, foi construída por escravos em 1863 e é a única preservada até hoje. É uma fonte de água mineral e comenta-se que, quem da sua água bebe, voltará outras vezes à Laguna.

A segunda é uma casa branca com janelas azuis, construída em 1866, revestida de azulejos pintados à mão, que leva o visitante para uma cidade portuguesa do século 18. Ela foi dada como presente de casamento a um jovem casal e foi a primeira residência de Laguna com água encanada. Hoje o local abriga departamentos municipais.

Ainda antes do almoço fomos visitar o Museu de Anita Garibaldi, que fica na Praça República Juliana. O espaço guarda um acervo eclético, como peças de porcelana, utensílios domésticos, móveis, objetos indígenas, além de um acervo de armas desse período, como lanças, baionetas, espadas, punhais e canhões, e peças mais recentes da 1ª e 2ª Guerra Mundiais. O museu cobra um pequeno valor pelo ingresso.

Pra finalizar nosso passeio pelo centro histórico, fizemos algumas fotos do casario antigo e depois voltamos para a Praia do Mar Grosso, onde fomos almoçar no restaurante do Hotel Atlântico Sul, que é aberto ao público. O ambiente é bem amplo e serve um Buffet bastante variado, que você paga por peso. Gostamos bastante, tanto que no dia seguinte almoçamos no mesmo lugar.


Depois do almoço, pra fazer a digestão, fomos estradear pelas redondezas do restaurante, onde ficam várias lojinhas. Você encontra souvenirs, artesanato, roupas em algodão. E para constar, nessa hora o sol já dava o ar da graça e a chuva do dia anterior ficava pra trás. Gratidão define!
Reservamos o período da tarde para ir conhecer o Farol de Santa Marta. Pra chegar até lá, já estando em Laguna, o melhor caminho é fazer a travessia de 1 km pelo canal da barra com a balsa, depois pegar mais 20 km de chão batido ( uma parte já é asfaltada ), passando por uma área de dunas, pra então chegar ao local.

Como era fim de semana de feriadão, já perdemos um bom tempo na fila da balsa, tanto na ida, quanto na volta. Fora isso, a tal estrada de chão batido estava péssima, muito esburacada, o que realmente nos tirou um pouco do sério.

Mas, chegando na praia, o visual e a energia compensam. Você encontra lojinhas, pousadas, quiosques e muitos surfistas e visitantes que apreciam o local. Compensa demais a vista para o mar, quando você sobe a estrada e chega lá no alto da montanha de 28 metros, onde fica o farol. Ele tem 29 metros de altura, altitude de foco de 74 metros e alcance geográfico de 22 milhas náuticas ( em torno de 42 km ). Serve de guia para os navios que se aproximam do cabo de Santa Marta e à noite ainda projeta um belo espetáculo de luz sobre o vilarejo. Vale a pena conhecer!

Já ao cair da tarde, de volta à Praia do Mar Grosso, fomos tomar café no Laly’s Café. Uma salinha pequenina, mas muito aconchegante e bem decorada, com um balcão cheio de delícias nos aguardando. Não há cansaço que uma fatia de torta e uma xícara de café com leite não resolvam. Huummm...

Após um banho revigorante no hotel, pra essa noite escolhemos jantar um rodízio de pizza na Pizzaria da Praia. E que escolha acertada! Já imaginamos que devia ser bom, pois precisamos aguardar para conseguir mesa. E comprovamos depois, quando começamos a ser servidas. O atendimento é bom e as pizzas, dos mais variados sabores, são deliciosas. Saímos de lá realmente satisfeitas!
Nossa programação para a segunda-feira, era ficar em Laguna na parte da manhã e após o almoço ir até São Martinho, que fica a cerca de 80 km de Laguna, para conhecer e tomar um café colonial na Fluss Haus, sobre a qual falaremos no final dessa resenha.
Iniciamos o dia, depois do café da manhã, indo visitar a Casa das Artes, que também fica no centro histórico. Lá encontramos diversas peças artesanais, feitas pelos artesãos da cidade, através de variadas técnicas. Sempre é bom levar uma lembrancinha do lugar que visitamos, que mais pra frente vai trazer boas recordações.

Em seguida, ainda no centro histórico, fomos até o Morro da Glória, que é o ponto mais alto de Laguna. Ele mede 128 metros, é rodeado de verde e é área de preservação ecológica. Além do mirante, que oferece uma das mais belas vistas da cidade, tem também uma estátua da imagem de Nossa Senhora da Glória, com 8 metros de altura, que desde 1953 abençoa o município.


Voltando para o centro da cidade, onde iríamos almoçar no mesmo restaurante do dia anterior, ainda paramos para fazer uma foto no Marco de Tordesilhas, cujo monumento foi erguido para lembrar a assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494, que estabelecia uma linha imaginária 370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde, sendo que as terras a leste desse meridiano pertenceriam a Portugal. O trecho de terra limitado pelo tratado se estendia de Belém do Pará, ao norte, até Laguna, ao sul.

E então, como havíamos programado, após o almoço encerramos nossa estadia no hotel e rumamos para são Martinho. Chegando na cidade, nos dirigimos diretamente à Fluss Haus, que era o nosso objetivo.
A Fluss Haus, cuja tradução é casa do rio, é um empreendimento familiar, que conta com restaurante, fábrica e loja de bolachas lindamente decoradas de forma artesanal. O local é de encher os olhos, muitíssimo bonito e bem conservado, cortado por um rio recheado de peixes que podem ser tratados pelos visitantes e com lindos pomares e jardins coloridos que podem ser percorridos.




O café colonial servido no restaurante é farto em variedade de doces e salgados, sendo impossível experimentar todos os itens. Na loja é possível adquirir todos os produtos produzidos por eles, como bolachas, geléias e pães. Recebem muitos turistas e visitantes, sendo interessante programar bem a visita até lá, pois acreditamos que as vagas sejam limitadas. Mas esse passeio é muito válido, realmente um recanto alemão escondidinho por esse Brasil.

Dessa forma encerramos mais um belíssimo passeio por esse nosso estado, que tem muitos lugares bonitos para serem descobertos. Nós, amigas estradeiras, somos incansáveis nessa busca.Somos gratas pela companhia, na leitura dessa e de outras aventuras!
Dicas:
Reserve um tempo maior para visitar o Farol de Santa Marta e também para a Fluss Haus. São passeios mais demorados e merecem o tempo dedicado.
Um pouco antes da Fluss Haus, mas na mesma rua, tem uma outra loja de produtos coloniais, também de fabricação caseira e finamente decorados. Chama-se Kindertraum, que significa sonho de criança, e também vale muito a visita.

Seguem links que podem ser úteis na programação deste passeio:
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