Ibirama - Passeando na cidade dos belos panoramas
- amigasestradeiras
- 26 de out. de 2023
- 7 min de leitura
Atualizado: 12 de fev. de 2024
Ibirama – 23 e 24 de setembro de 2023
Passeando na cidade dos belos panoramas
Num final de semana que prometia ser muito quente, com ondas de calor intenso sendo anunciadas pelos noticiários, resolvemos fazer um passeio não muito longe de casa.
Ibirama fica a cerca de 86 km da Vila Itoupava, tem aproximadamente 20.000 habitantes e é mais conhecida pelo turismo de aventura, como rafting e escaladas. Mesmo não sendo o nosso forte, decidimos manter o roteiro, pois encontramos dicas de muitos lugares para visitar, com o perfil de estradeiras sedentárias.


Chegando ao nosso destino por volta de 9h da manhã, nossa primeira parada foi no Imperium Café, para um lanche básico. O local é pequeno, modesto, tem algumas opções de doces e salgados, e o café foi bem gostoso, pra começar o dia com energia. Fica localizado no centro, tem estacionamento bem em frente e os preços são justos.


Nossos passeios e viagens sempre são bem planejados, com pesquisas sobre cada lugar que vamos conhecer. Na intenção de visitar o museu municipal, que fica no prédio do antigo hospital da cidade, e sabendo que ele não abre nos fins de semana, fomos atrás da tentativa de agendamento para fazer a visita. Foi um caminho tortuoso, falando com o Sr. Neco da Secretaria de Turismo, com a Sofia do Departamento de Cultura, chegando no Sr. Gregory que é o Diretor de Cultura do município. Todos muito atenciosos, conseguiram se programar para nos receber no sábado de manhã. Fica aqui registrado o nosso sincero agradecimento a todos os envolvidos.
O Museu Eduardo de Lima e Silva Hoerhann, localizado no prédio Hansahoehe, que abrigava o antigo hospital da cidade, fica no alto de uma rua e tem edificação imponente, com cerca de 3500 m², que se destaca na paisagem de Ibirama. Foi inaugurado em 1936 como hospital e associação de caridade, e atualmente ainda abriga algumas clínicas médicas no andar térreo, além de escola de música, biblioteca municipal, o museu e as Secretarias de Turismo e Cultura do município. O prédio de vários andares não tem elevador, o piso é de madeira, as paredes são bem grossas e a localização privilegiada oferece uma bela vista da região. Relativo ao museu, ele é dividido em várias salas que contam sobre a colonização do município. A biblioteca municipal é super legal, com acervo variado e atualizado, em ambiente aconchegante e muito convidativo.








Antes de almoçar, paramos na Casa do Artesanato, que reúne produtos dos artesãos associados, tanto de Ibirama como de cidades vizinhas. Fica num prédio grande, de tijolinhos, e abre todos os dias da semana. Ali encontramos produtos bem variados, como tapeçaria, artigos natalinos, casinhas de pássaros, bolachas, vinho ... tudo com precinho bem acessível. Vale a pena conferir!



Por indicação, fomos almoçar no Restaurante Arca. É um restaurante tradicional da cidade, tem ambiente amplo, moderno, climatizado e muito bem decorado. Oferece um bufê variado, livre ou por quilo, com sobremesa cortesia. Tudo muito saboroso, com atendimento cordial e preço justo. Recomendamos!


A fim de liberar espaço no carro, após o almoço fomos dar entrada na Pousada Scursel, que tínhamos pré-reservado. Essa fica mais no interior, cerca de 8 km distante do centro da cidade e o trajeto até lá tem uma boa parte em estrada de terra. É uma grande propriedade, com vários chalés espalhados, restaurante, lagoas, piscina, animais. O nosso chalé de número 01 ficava perto da entrada, assim como da casa do caseiro. Tinha uma pequena cozinha, banheiro, sala e quartos, além de churrasqueira anexa. Por ser em área rural é comum se deparar com animais, como a perereca que invadiu nosso banheiro e pássaros e morcegos que habitam o forro do chalé. A Udi, muito precavida, deu uma vasculhada geral no ambiente e vedou as frestas das portas, com medo de cobras que lhe apavoram. Mas nenhuma veio nos dar boas vindas, graças a Deus. O café estava incluso no valor da diária, que foi de 430,00 para 3 pessoas por um período de 24 horas, porém ele era bem básico e simples, nada que se destaque. Mas dentre as opções que tínhamos para o pernoite, foi uma boa escolha.





Depois de um breve descanso, partimos para a localidade de Rio Sellin, que também é em área rural, para conhecer a antiga Atafona Carlos Hajek. Lá é moído o milho que vira farinha e é descascado arroz, além de funcionar uma marcenaria. É considerado um museu em perfeito funcionamento e estado de conservação. Foi construída em 1945 pelo Sr. Carlos (in memoriam) e hoje é preservada e apresentada pelo Sr. Manfred, filho dele. É uma verdadeira obra de engenharia, tocada pela força da roda d’água através de um complexo sistema de engrenagens de madeira, bitolas e correias. O ingresso custa R$ 10,00 e os produtos como arroz e farinha de milho tinham o valor de R$ 5,00/kg. O Sr. Manfred nos recebeu com muita simpatia e mostrou tudo com muita boa vontade. A compra da farinha garantiu a polenta na mesa.





Seguindo pela mesma rua, um pouco mais à frente, chegamos na propriedade da Dona Doraci, proprietária do Restaurante da Horta pra Mesa, que atende aos domingos sob reserva. Fomos lá na tarde de sábado para comprar queijo colonial, vinhos e macarrão caseiro comercializados por ela. Mesmo sendo fora do seu horário de atendimento, ela nos recebeu sem problemas, para não perdermos a viagem. Apesar de não termos almoçado lá no domingo, ela nos falou que o cardápio incluiria marreco, frango assado e costela, além de diversos acompanhamentos, pelo valor de R$ 39,00/pessoa.


Voltando para a região mais central, fomos tomar café num lugar muito simpático, o Alfazemas Café. A linda casa de cor azul se destaca no terreno alto, mas a surpresa fica completa mesmo ao adentrar no local. De ambiente acolhedor, muito bem decorado, com um balcão de quitutes apetitosos, é uma experiência muito gratificante. E ela fica ainda melhor se, assim como nós, você tiver a oportunidade de conversar com a Meri e seu marido que, com muita simpatia, contaram sobre a história do lugar. Tanto as tortas como os salgados que comemos estavam muito saborosos e, acompanhados de um café quentinho, aqueceram também os nossos corações. Nota 10!





Depois de passar na pousada para um banho revigorante, fomos jantar na Choperia e Pizzaria Handwerk. Apesar de não termos comido pizza, o petisco de carnes que comemos estava muito saboroso, ainda mais acompanhado de um chopp gelado. Com atendimento muito eficiente e cordial, o local é amplo, animado, tinha música ao vivo e boa variedade de comidas e bebidas. A Cervejaria Handwerk tem sede em Ibirama e o projeto de fazer cervejas iniciou em 2010 com um grupo de amigos. Com vários rótulos premiados em concursos conceituados pelo mundo, oferecem cervejas de variados estilos, sabores e aromas, que viajam para todos os estados brasileiros.



Na manhã do domingo, que prometia ser de um calor escaldante, começamos nosso passeio num lugar de paz, silêncio, contemplação e gratidão. A Igreja Luterana Martin Luther, cuja pedra fundamental foi lançada em 1917, está estrategicamente localizada num terreno mais alto, de forma que sua torre pode ser visualizada em várias partes da cidade. Sendo um dos principais símbolos de Ibirama, é a única no Brasil em sua arquitetura, de beleza que é difícil descrever. Ladeada pelo cemitério e pela casa pastoral, tem amplo estacionamento e seu pátio oferece uma bonita vista da cidade. Infelizmente estava fechada para visitação, mas contemplá-la, mesmo que só de fora, já foi um afago pra alma.





Voltando à Casa do Artesanato para umas últimas compras, aproveitamos para fazer fotos no letreiro da cidade que fica logo ao lado e também em frente à bem conservada casa típica enxaimel que abriga a Rede Feminina de Combate ao Câncer da região.


Novamente por indicação, nesse dia fomos almoçar no Complexo Turístico Ilha das Bromélias. O local, super perto do letreiro da cidade, é acessado por uma ponte pênsil e tem um restaurante em meio à natureza, com vegetação muito preservada e várias trilhas para desbravar e chegar numa segunda ilha inclusive. Foi um alívio conhecer esse lugar num dia tão quente pois ali, em meio às arvores e ao lado do rio, o calor ficava amenizado. Servem um almoço típico alemão, com iguarias como marreco assado, joelho de porco, chucrute e strudel, gentilmente apresentados pela Dona Sarita na língua alemã, mas com direito à tradução. Aliás, a sua família é proprietária desse complexo há alguns anos, sendo sua mãe, do alto de seus 86 anos, que ainda comanda a cozinha quando pode. A dona Sarita nos contou que, depois de décadas trabalhando como professora universitária, agora se dedica aos negócios do complexo, para o qual tem vários planos que vão contribuir ainda mais para o desenvolvimento turístico da região. O almoço em estilo bufê livre, com sobremesas inclusas, custou R$ 65,00/pessoa.





Depois do almoço, voltamos à pousada para descanso, mais um banho revigorante e últimas fotos desse lugar abençoado. Além dos hóspedes, nesse dia tinha vários visitantes aproveitando as áreas de lazer como piscina e lagoa de pesca.
Perto das 16 horas iniciamos nosso retorno pra casa, com a galeria do celular e a memória repletas de lembranças. No caminho, tomamos um cafezinho na Parada Beija Flor, em Apiúna, só pra não perder o costume. E, muito gratas, nos despedimos de mais um destino com alegria, por todo carinho e atenção que recebemos de todos que encontramos, desde os citados nominalmente, até os anônimos. Gratidão, Ibirama!

Para constar, Ibirama tem a maior tirolesa urbana do Brasil, com 1050 metros de extensão e cerca de 90 metros de altura. De um ponto ao outro, ela atravessa o centro da cidade. Atende nos fins de semana e feriados, das 14h às 18h e o local de encontro é nos fundos do museu municipal. Faltou-nos tempo e coragem para essa aventura, mas assim temos motivo para voltar.
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