Cruzeiro CVC Imperatriz
- amigasestradeiras
- 3 de jul. de 2018
- 8 min de leitura
Atualizado: 1 de set. de 2018
Cruzeiro CVC Imperatriz – Brasil/Argentina/Uruguai – 09 a 16 de janeiro de 2010
Já há tempos nossos olhos brilhavam quando víamos as ofertas de cruzeiros anunciadas no jornal, então em novembro de 2009 fomos até a agência da CVC no Shopping Neumarkt, para ver se alguma delas cabia no nosso bolso.
Pois coube! E assim agendamos nossa primeira aventura marítima para janeiro de 2010, mais especificamente do dia 09 ao dia 16. Embarcaríamos no navio CVC Imperatriz no porto de Itajaí/SC, com paradas em Santos/SP, em Buenos Aires/AR, depois em Punta Del Este/UY, retornando novamente para Itajaí. Nosso quarto seria no sétimo deck do navio, cabine externa não obstruída com vista para o mar, todas as refeições inclusas (menos bebidas especiais, tipo uísques muito nobres).
Foram 2 meses gostosos de ansiedade pela nova experiência, mas confesso que o coração apertou e o medo subiu até na garganta no dia do embarque. E se esse navio afunda? Que loucura essa confusão de sentimentos.
Então no sábado dia 09 de janeiro, fomos até o porto de Itajaí, no balcão de embarque acertamos a documentação e despachamos nossas malas, fizemos a última foto em terra firme e atravessamos a ponte que nos levaria ao gigante navio Empress.



Agora foi, seja o que Deus quiser!
E se os olhos brilhavam com a idéia que fazíamos, ao vivo eles reluziam muito mais.
Era tudo muito lindo, muito aconchegante, muito melhor do que esperávamos. O carpete no chão dava vontade de ficar andando descalça o tempo todo. Fomos nos familiarizando com o ambiente, enquanto os quartos não estavam liberados. Tinha bares, restaurantes, lojas, cassino, teatro, boate, academia, piscina, jacuzzis, parede de escalada, pista de caminhada... bom demais!



Quando liberaram os quartos, fomos até o nosso, que era o número 7016 e nos deparamos com as malas na frente da porta. Muito eficiente esse sistema por sinal. A cabine não era muito grande, mas tinha tudo pra garantir o conforto: banheiro privado, cofre, TV, armário com cabides, 2 beliches. Lógico que as malas de 3 mulheres deixaram o quarto um pouco cheio, mas nada que fosse um grande problema.

A primeira noite foi tranqüila, a sensação era de dormir sendo embalada. Quando acordamos no domingo, o navio já estava atracado no porto de Santos, onde permaneceria durante todo o dia, sendo que, quem quisesse podia sair para fazer o passeio programado por um custo extra, ou por conta própria, ou poderia permanecer na embarcação usufruindo de suas regalias. Nós optamos por ir passear com a CVC. A programação em Santos foi:
Visita ao Museu do café, que fica no centro histórico da cidade e possui um rico acervo. É uma mistura de arquitetura, história, sabores e aromas, ou seja, uma experiência bastante completa. O prédio é lindo e muito grande, tem obras de arte, mobiliário de época, loja temática e cafeteria. Abrigou, por mais de 2 décadas, a Bolsa Oficial de Café, que foi um dos principais centros de negociação de café do mundo. História riquíssima!


Passeio de bondinho, que percorre quase todo o centro histórico por um preço camarada e com guia turístico caracterizado de sua época. O embarque foi na Praça Visconde de Mauá, que fica em frente à Prefeitura de Santos, mas para o nosso azar o bondinho sofreu uma pane e nos deixou na mão no meio do caminho.
E pensem no calor que fazia naquele dia... aff

Aquário Municipal de Santos, famoso por ter várias espécies do mar e também de água doce, além de um tanque com pingüins, é o mais antigo do estado de SP. O ingresso é baratinho e ao fim da visitação encontra-se uma loja de souvenirs.

Depois de um passeio panorâmico pela cidade, retornamos ao navio onde aconteceu o exercício obrigatório de salvamento, que consiste numa simulação de emergência, pra que todos os passageiros saibam onde encontrar o seu colete salva-vidas e o seu respectivo bote de resgate. Fomos todos instruídos, depois a sirene de alarme soou e a simulação foi concluída com sucesso. Mesmo sabendo que o alarme era fake, a adrenalina aumentou. Mas confesso que depois desse “curso” viajamos mais tranqüilas.

No final do dia seguimos viagem. Nossas noites eram preenchidas arriscando a sorte no Cassino Monte Carlo (depois que saímos das águas brasileiras) e por shows mágicos e contagiantes no Salão da Broadway, que recebia a cada noite um espetáculo diferente, sendo que um dos melhores foi um musical com grandes temas do cinema mundial. Encantador!
A segunda e terça-feira foram dias de navegação. Mas a programação intensa a bordo não permite que você fique entediado. São recreações na área da piscina, aulas de dança, espaço kids, comprinhas nas lojas do navio, petiscos e bebidas à vontade. Nossas refeições eram quase todas feitas no Buffet Panorama, restaurante principal do deck 10, que por nós foi carinhosamente apelidado de bandejão, por ser mais informal e menos sofisticado. Era onde a comida servida ficava mais próxima do que estávamos acostumadas no dia-a-dia.
Nas lojas adquirimos peças bem bacanas, entre essas um pingente de vidro de murano, cada uma de nós escolheu um desenho diferente, e é como uma aliança que temos dessa viagem. Todas as manhãs era passado por baixo da porta dos quartos, um folheto informativo com todas as atividades do navio para aquele dia.

Na segunda-feira de noite aconteceu a Noite do Comandante, que é uma mini festa de gala, com apresentação do comandante e parte de sua tripulação no Salão Broadway, seguido de jantar no restaurante mais sofisticado da embarcação, o Miramar. Ainda pudemos fazer foto oficial com o dirigente da nossa nau, o simpático português Augusto Moita. Foi uma noite bem especial, só não completa pois a
Daniela estava enjoada devido ao balanço do navio e por isso achou melhor ficar descansando, desfalcando o nosso trio na festa. Em compensação, ela encontrou o comandante em outro dia, e conseguiu fazer uma foto com ele também.

A terça-feira teria sido um dia super tranqüilo, se não fosse pela tempestade que se assolou sobre nós, fazendo virar realidade nosso maior pesadelo em relação ao cruzeiro. O céu escureceu, as ondas vinham gigantes, o navio balançava um pouco mais bruscamente. Andréa, precavida que é, já foi pro quarto ficar próxima do colete salva-vidas. A tripulação confortou a todos, avisando que as águas que levavam à Argentina eram mesmo mais agitadas.
Amanhecemos a quarta-feira já ancorados no porto de Buenos Aires. Novamente podíamos escolher entre passar o dia no navio ou sair para passeio. E, de novo, escolhemos o passeio pago com a CVC. O roteiro incluía um city tour panorâmico na cidade, com as seguintes paradas:
Praça de Maio, que fica em frente à Casa Rosada, que é a sede da presidência da república argentina. Abriga também o Museu da Casa do Governo, com material relacionado aos presidentes do país, mas essa visita não fizemos, pois o tempo era curto. Da praça também é possível avistar a Catedral Metropolitana, que é a principal igreja católica de Buenos Aires.


El Caminito, região que fica no bairro La Boca, foi porta de entrada para muitos imigrantes e deu origem aos primeiros cortiços da cidade para atender a demanda dos novos moradores. É um local muito simpático e alegre, com casinhas coloridas, shows de tango na rua e ótimas opções para compra de souvenirs. Pode ser considerado um museu a céu aberto.

Rua Florida, é a mais famosa rua da cidade, só para pedestres, onde se encontram lojas de grandes marcas, restaurantes, cafeterias, artistas de rua. Para os consumistas de plantão, é uma excelente pedida. Nós adoramos!

Falando de um modo geral de Buenos Aires, o clima é demais agradável, o povo nos recebeu muito gentilmente e as opções de passeio são muitas, fazendo-nos querer voltar. Nesse dia, almoçamos rapidinho no MC’Donalds. E, de noite, já de volta ao navio, assistimos um lindo show de tango no Salão Broadway, condizente com o local que agora deixávamos para trás.
Na quinta-feira de manhã acordamos já em Punta Del Este no Uruguai. Conforme esquema dos dias anteriores, saímos para passear. Em Punta, os navios maiores não atracam perto do porto, nesse caso fomos transladadas por pequenas embarcações até terra firme. Este passeio também incluía um city tour, passando por ruas chiquérrimas de onde era possível avistar as mansões da região e teve paradas que incluíram:
Conrad Punta Del Este Resort e Casino – é um hotel e cassino 5 estrelas na beira da Praia Mansa, sendo o único cassino privado da América Latina. É enorme, lindo, tem 5 restaurantes, SPA, lojas e centro de convenções. Recebe muitas celebridades, inclusive tem uma galeria com fotos dos renomados que já passaram por lá.



Casapueblo - é a antiga casa de verão do artista plástico e arquiteto uruguaio Carlos Páez Vilaró, projetada por ele próprio, lembrando o estilo das casas da costa mediterrânea de Santorini, na Grécia. Fica em Punta Ballena, pertinho de Punta Del Este e hoje é uma espécie de cidade-escultura, que conta com hotel, museu, restaurante e galeria de arte, recebendo várias pessoas importantes do mundo artístico e cultural. O local é de acesso difícil, tem muitas escadas, então algumas pessoas podem encontrar dificuldades pra se movimentar.


Tivemos sorte de encontrar o arquiteto por lá naquele dia e conseguimos fazer uma foto com ele. Hoje já é falecido, mas deixou seu legado no mundo. Vale a visita!
Depois fomos liberadas para as compras em Punta, podendo voltar ao navio por vans que transitavam de 30 em 30 minutos. Lembro que compramos doce-de-leite, azeites, roupas e alguns “regalos” para presentear a família.

Nessa noite, aconteceu no navio a Noite Tropical. Foi, sem sombra de dúvidas, uma noite mágica. Não sei se foram as roupas coloridas, os colares havaianos, a decoração caprichada, a música, o espumante, as coreografias propostas ou a empolgação de todas as pessoas do navio, tanto passageiros como tripulação, fato é que ficamos demais animadas! O deck 10, coberto por um lindo céu estrelado, foi tomado por alegria e muita descontração. Como se não bastasse, ainda fomos pra boate, dançar mais um pouquinho. No fim da noite, antes de ir pro quarto, fomos beliscar alguma comidinha. A alegria era tanta que tivemos crise de riso só de olhar uma pra outra e parece que isso era contagiante pois as pessoas das mesas ao lado riam também... só não sei se com nós, ou de nós... rsrs
E assim chegou a sexta-feira, praticamente nosso último dia a bordo, pois sábado seria o desembarque. Esse foi um dia já com clima de despedida e com gostinho de saudade. Aproveitamos muito a piscina, fizemos mais algumas fotos, fomos nas jacuzzis que ainda nem tínhamos experimentado e começamos a organizar as malas.
De noite, a Udi foi mais uma vez tentar a sorte no cassino e realmente foi premiada com 80 dólares. Pensem na alegria da pessoa.


Depois dessa surpresa, seguimos para o bar do Salão Rendez Vous, onde fizemos um brinde antecipado pelo aniversário da Daniela que seria no dia seguinte e pela realização dessa viagem, que era um sonho antigo.
No sábado de manhã já acordamos perto de casa. As malas foram recolhidas para desembarque e nós fomos tomar o último café da manhã a bordo. Demos mais uma circulada pelo deck 10, palco de muitos bons momentos da última semana. E de lá já avistamos nossos familiares, ou melhor, nosso verdadeiro porto, pra onde sempre é bom voltar.


Mais tarde desembarcamos e então, a vontade de abraçar nossas pessoas queridas teve que esperar mais um pouco, pois precisamos achar nossas malas em meio a centenas delas, numa sala onde estavam as malas de todos os passageiros, espalhadas para nossa diversão. Mas encontramos... ufa!


Almoçamos já em terra firme, cheias de entusiasmo pela aventura passada, gratas por cada momento e recheadas de histórias pra contar.
Curiosidades sobre o navio Imperatriz: foi inaugurado em 1990, tem capacidade para 2020 passageiros e pesa 48500 toneladas. Conta com 650 tripulantes, provenientes de cerca de 30 países. Abaixo segue uma foto com dados específicos dessa nossa viagem.

Agradecemos todos que estão acompanhando nosso blog!
E aguardem, em breve postaremos uma nova história.
Beijos das Amigas Estradeiras!
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