Conhecendo o Caminho do Vinho
- amigasestradeiras
- 12 de fev. de 2024
- 7 min de leitura
São José dos Pinhais – PR - 20 e 21 Janeiro de 2024.
Como estradeiras empolgadas que somos, saímos no sábado de manhã às 6:00h rumo ao nosso destino, que fica 200 km distante de Blumenau e leva em média 3 horas pra chegar. Sendo assim, chegamos lá já perto das 10:00h, pois paramos para abastecer o carro e lanchar nesse percurso.
São José dos Pinhais é uma cidade paranaense, vizinha de Curitiba, sede do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Foi fundada em 1853, tem cerca de 340.000 habitantes e é considerada o terceiro polo automotivo do Brasil, abrigando importantes montadoras de veículos.

Como nossa entrada no hotel só seria liberada no início da tarde, começamos os passeios no Parque Municipal São José dos Pinhais, que tem área de 649.000 m². É um local muito bem conservado e conta com churrasqueiras, pistas de caminhada, lagos para pesca, quadras de esportes, espaço pet, além de diversas outras opções de lazer. É bem arborizado, propício pra ler um livro ou descansar em contato com a natureza e conta com várias vagas de estacionamento. Durante a nossa voltinha por lá, pudemos apreciar uma família de capivaras se refrescando na beira de um dos lagos. Uma fofura!







Saindo do parque, já perto do meio dia, fomos ao centro para almoçar. Escolhemos o Restaurante Calçadão, que fica na Rua XV de Novembro, em uma área bem movimentada da cidade. O ambiente tem espaço amplo e serve desde o buffet de almoço, até salgados assados, fritos e doces diversos. Estava bastante cheio, mas isso não comprometeu a variedade e qualidade da comida. O preço é justo, sendo que gastamos em média R$ 27,00 pra cada, no buffet a quilo, com o refrigerante incluso. Muito bom!


Como o nome do restaurante já diz, ele fica localizado no calçadão da rua XV, portanto, depois de comer, fomos bater perna no entorno. São muitas lojas, tanto de cosméticos, confecções, calçados, óticas, bijuterias, até farmácias. Mas, além disso, tem toda uma parte cultural ali também, que se encontra entre os prédios do comércio. Fotografamos todos esses pontos, mas infelizmente nenhum deles estava aberto para visitação, o que é uma pena. Aparentemente todos eles funcionam de segunda à sexta-feira, ou em ocasiões pontuais. Mas vamos citá-los pra deixar registrado.


Catedral de São José dos Pinhais: localizada na Praça 8 de Janeiro, cujas obras começaram em 1906, passando por diversas reformas até os dias atuais. Em 2002 foi tombada como Patrimônio Histórico Municipal.


Biblioteca Pública Municipal Scharffenberg de Quadros: foi inaugurada em 1940, mas se encontra num dos prédios históricos da cidade, que foi construído em 1912 e tombado como Patrimônio Histórico em 1980. Também fica na Praça 8 de Janeiro e conta com um acervo de aproximadamente 80 mil livros.

Museu Municipal Atílio Rocco: criado em 1977, está abrigado no Palacete Ordine desde 1981, no calçadão da Rua XV. O acervo é composto, em sua maioria, por doações da população e conta com fotografias, documentos históricos, móveis, esculturas, pinturas, entre outros; com missão de resgatar, preservar e divulgar a trajetória histórica da cidade.

Teatro Municipal Ernani Zétola: também localizado no calçadão da rua XV, o espaço promove diversas atrações culturais gratuitas à população. As ações costumam ter classificação livre e incluem espetáculos, lançamento de livros, shows musicais e muito mais.

Já quase no meio da tarde, fomos dar entrada no hotel que havíamos pré-reservado, o Astron Suítes, da Rede Nobile. Que escolha feliz! Além de muito bem localizado, nosso quarto era um pequeno flat, com mini cozinha, banheiro espaçoso e ducha ótima, camas confortáveis, toalhas e roupa de cama impecáveis, muita luminosidade e uma varanda com vista pra cidade. Pra completar o pacote, o café da manhã incluso era bem servido, não dos mais fartos que já encontramos, mas mesmo assim muito satisfatório. O atendimento foi cordial e o preço justo, sendo que pagamos R$ 350,00 na nossa suíte. Outro ponto importante foi a garagem fechada e segura. Recomendamos sem medo!





Depois de um breve descanso e ajeitar de malas, saímos a pé para procurar um lugar pra tomar café. E mais uma vez fomos parar no calçadão da XV, mais precisamente no Santiago Café. Um cantinho aconchegante, com boas opções no cardápio, algumas já prontas no balcão, outras preparadas na hora. Naquele horário já não tinha mais tanta variedade, pois logo eles fechariam pra só retornar na segunda-feira. Mas, mesmo assim, comemos bem e tomamos um café gostoso pra energizar o corpo e a alma.



Nesse trajeto até a cafeteria, passamos pelo Cemitério Municipal São José, em pleno centro da cidade, que nos chamou a atenção pela ‘arquitetura’ visível por sobre o muro, então não dispensamos a visita, por mais estranho que possa parecer. Os jazigos, familiares em sua maioria, alguns em estilo europeu, outros em estilo gótico, lembram pequenas casas ou até catedrais. Apesar de ser pequeno em extensão, o espaço é organizado com quadras e ruas numeradas, pra facilitar a localização de cada túmulo. É um lugar de respeito e adoração. Assim lemos por lá: “Cresce mais rápido o esquecimento, que o cipreste à beira do túmulo.” Pra refletir!




De noite, após um banho revigorante, saímos para jantar. O local escolhido foi a Pizzaria Baggio, da rede já conhecida e queridinha por nós, que ali fica abrigada num imóvel bem charmoso, com ambiente intimista e decoração marcada pelas tradicionais cores italianas. Podemos destacar o bom atendimento, agilidade na chegada da comida à mesa, além do incrível sabor da pizza. Deu até água na boca só de lembrar!


No domingo, após a preguicinha da manhã, do fechar de malas e do desjejum reforçado, fomos passar o dia na ‘Colônia Mergulhão – o Caminho do Vinho’, que fica distante uns 10 km do centro. Inicialmente algumas famílias de imigrantes se estabeleceram naquela região, trazendo na mala algumas mudas de vinhas, que produziam para a própria subsistência e elaboração de vinhos. Hoje é uma rota de turismo rural, que se estabeleceu em 1999, depois do poder público perceber o potencial da região para a economia e turismo. Apesar de ter lido sobre a quantidade de vinícolas e opções gastronômicas dali, não imaginamos que fosse um local tão movimentado. A rua principal é de paralelepípedo, sendo algumas transversais ainda de terra e o transitar dos carros é em velocidade baixa, para que todos entrem e saiam dos pontos turísticos em segurança e para a própria apreciação da localidade.



Logo na entrada da colônia, passando o portal, nossa primeira parada foi no ‘Espaço Rosa’. Essa é uma charmosa casinha onde é possível encontrar artesanatos produzidos por artistas são-joseenses, sendo utilidades para casa, artigos de decoração, confecções, lembranças turísticas, todos usando elementos como biscuit, pinhão, tecido, pinturas, colagens, entre outros materiais.



Iniciando as visitas nas vinícolas, e seguindo uma placa onde lemos ‘museu’, fomos parar nos ‘Vinhos Dom Roberto’. Eles tem duas lojas no Caminho do Vinho e essa que visitamos é a matriz, ao lado da casa da família. Fomos recebidas pelo próprio Sr. Roberto Perbiche, que é a segunda geração dos idealizadores do negócio, um senhor muito calmo e carismático, de conversa fácil e agradável. Ali eles vendem vinhos, espumantes, cachaça, suco de uva, geleias, bolachas, queijo ... tudo de produção própria. Anexo à loja fica uma sala com pequeno museu, onde são conservadas peças que demonstram um pouco de como era a vida em tempos passados, através de ferramentas, eletrodomésticos, utensílios diversos. Os preços praticados são muito justos e as estradeiras recomendam essa parada.




Como já era hora para almoçar, seguimos para o ‘Restaurante Delícias do Sítio’, sobre o qual já havíamos lido nas nossas pesquisas. Servem comida caseira e colonial, em panelas de barro e ferro sobre o fogão a lenha, com direito a sobremesas, inclusive o tradicional sagu de vinho. O ambiente é simples, mas aconchegante, com toalhas de mesa xadrez e cadeiras de palha, rodeado por grandes árvores que amenizam o calor. O preço do buffet livre nesse dia foi de R$ 54,90 por pessoa. Logo ao lado do restaurante fica a Vinícola Vô Vito, que também vende vinhos e sucos de produção própria.



Outra parada que indicamos fortemente é na ‘Vinícola Vinhos do Italiano’, da Família Bellino. Eles são os maiores produtores de vinho daquela colônia e essa loja é muito bonita e tem muita variedade de produtos. Além de vinhos, sucos, espumantes, também vendem conservas, salames, queijos, temperos. Ali é possível percorrer um túnel que leva até na área de produção e onde podem ser vistos grandes barris da bebida dos deuses. Parada obrigatória!






A ‘Adega Bortolan’, que também fomos conhecer, é a primeira adega do Caminho do Vinho toda feita em pedra, como manda a tradição. Ali, além dos vinhos de mesa, também são produzidos vinhos finos, como da uva merlot e cabernet sauvignon. Lembrando que todas as vinícolas citadas nessa resenha oferecem degustação dos vinhos.


Em seguida, pra variar um pouco, fomos conhecer a ‘Queijaria Sapori Italiani’, onde quem nos recebeu foi a Carla. Ela, depois de morar um tempo na Itália, voltou ao Brasil com o marido italiano na bagagem. Ele, cuja família já era produtora de queijos na região da Puglia, se juntou a ela na realização do sonho de empreender no Caminho do Vinho e honrar as raízes italianas de ambos. Ali produzem queijos artesanais com leite de alta qualidade, destacando-se a ricota cremosa e o caciocavallo, além do queijo trança até os mais curados. Já foram premiados em concursos de queijos Brasil afora, inclusive aqui na nossa cidade de Blumenau. Compramos alguns tipos pra trazer pras nossas famílias e ainda fomos presenteadas com uma ricota deliciosa. O lugar é pequeno de espaço, mas grande em calor humano e cordialidade. Nota 10!



Outro lugar bem legal pra conhecer é o ‘Só Morangos Colha e Pague’, que desde 1999 produz morangos naquela região. É uma grande propriedade, com várias estufas de morango, onde você faz sua própria colheita, depois pesa e paga. A quantidade mínima para cada pessoa são 600g de morangos colhidos, com direito a degustar 5 unidades durante a experiência. Nesse sistema o preço do quilo fica R$ 50,00. Mas também é possível comprar os morangos já colhidos na lojinha deles. É um programa bem bacana pra quem gosta de contato direto com a natureza e pra quem busca produtos orgânicos e saudáveis.



Logo em frente fica a única floricultura do Caminho do Vinho que é a ‘Encantos de Jardim’. Além de flores, plantas, vasos, artigos decorativos e adubos, eles também vendem alguma coisa de artesanato.



E, estando na floricultura, através de uma passarela de madeira no jardim, você chega ao ‘Casarão Café Colonial’, que está abrigado numa charmosa casa com vários ambientes decorados para bem receber. O assoalho e forro de madeira, as toalhas de mesa de renda, os móveis antigos, a lareira bem ornada, tudo isso contribui para criar um espaço bem convidativo e aconchegante. Na mesa do buffet, as comidas servidas são todas produzidas no local e seguem antigas receitas da família. O lugar é bastante conhecido por ter uma árvore de xícaras em frente à casa, que se tornou uma referência ao estabelecimento. A variedade de doces e salgados é grande e o valor do buffet livre foi de R$ 55,00 por pessoa.





Então, já sendo fim da tarde, iniciamos nossa volta pra casa. E sempre voltamos com o coração quentinho pelas experiências trocadas com as pessoas bacanas que conhecemos no caminho, pelo tanto que conhecemos de nós mesmas e muito gratas pela oportunidade e proteção nos 450 km percorridos. Obrigada Deus!
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