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Castro, Carambeí e Lapa - PR

  • Foto do escritor: amigasestradeiras
    amigasestradeiras
  • 19 de jul. de 2023
  • 15 min de leitura

Castro, Carambeí e Lapa – 8 a 11 de junho de 2023


Quatro dias nos Campos Gerais do Paraná


E depois de dois cancelamentos dessa viagem que já vinha sendo planejada há tempo, eis que as estradeiras conseguiram tirá-la do papel. Saímos na quinta-feira de manhã cedinho, para chegar ao nosso primeiro destino ao meio-dia, depois de 4 paradas para esticar as pernas e 50 minutos de tráfego intenso em Campo Largo, que fez o tempo se prolongar.


A cidade de Castro fica a 160 km de Curitiba, foi fundada em 1778 e teve forte origem no tropeirismo, sendo parte do caminho dos tropeiros que iam de Viamão até Sorocaba. Tem cerca de 73.000 habitantes e a economia é baseada na atividade agropecuária, tanto que a bacia leiteira da região é considerada a principal do Brasil. Consideramos a cidade muito agradável e organizada e o povo muito receptivo e prestativo. Listaremos a seguir os lugares que visitamos.


Verdinhas de fome que estávamos, por indicação do hotel, fomos almoçar no Restaurante Casantiga. Apesar de já ser início da tarde, o bufê ainda estava bem abastecido e a comida saborosa. Com boa variedade, pudemos escolher entre o sistema livre ou por quilo. A sobremesa era cortesia da casa. O ambiente, numa casinha histórica, era muito agradável, o atendimento cordial e o preço justo. Aprovado!


Restaurante Casantiga

Restaurante Casantiga

Dali fomos dar entrada na pousada que havíamos pré-reservado, a Pousada Oosterhuis, que fica na Castrolanda, uma pequena colônia holandesa a cerca de 6 km do centro da cidade. Faltam adjetivos para descrever esse lugar pitoresco, bastante tranquilo e lindo! Muito bem localizada, a pousada oferece um serviço honesto e o nosso quarto era bem básico, sem luxos, mas com tudo que precisamos. O banheiro era um pouco apertado, mas a cama muito confortável. As áreas em comum tinham decoração aconchegante e o café da manhã estava incluso na diária, que foi de R$ 320,00 em quarto triplo. O atendimento foi muito gentil, inclusive com dicas de passeios bem legais. Recomendamos!


Pousada Oosterhuis

Pousada Oosterhuis

Café da manhã na Pousada Oosterhuis

A primeira visitação foi ao Centro Cultural Castrolanda e seu enorme moinho holandês, além do belo jardim e museus. O Memorial da Imigração Holandesa fica no prédio do moinho ‘De Immigrant’ que é um dos maiores moinhos de vento do mundo e conta com cafeteria, biblioteca, lojinha, além dos 4 andares do seu interior que demonstram um pouco da cultura holandesa. Andando pelos jardins do complexo chegamos ao prédio do Museu Histórico de Castrolanda, que representa a residência e o ambiente de trabalho dos camponeses da região nordeste da Holanda, de onde veio a maioria dos imigrantes. Num galpão anexo estão expostos vários tratores e máquinas agrícolas. Ainda tivemos a sorte de poder ver uma música sendo tocada no realejo, que é um instrumento musical parecido com um órgão que toca uma música pré-definida ao girar de uma manivela. Apesar de tentarmos definir esse lugar, pra sentir a energia e enxergar a real beleza só mesmo estando lá. O ingresso custou R$ 20,00 por pessoa, valendo a meia-entrada para quem preenche os requisitos. Essa visita é obrigatória!


Centro Cultural Castrolanda

Centro Cultural Castrolanda

Museu no Centro Cultural Castrolanda

Museu no Centro Cultural Castrolanda

Moinho ‘De Immigrant’
Moinho ‘De Immigrant’
Lojinha de souvenirs do Moinho ‘De Immigrant’


Centro Cultural Castrolanda

Centro Cultural Castrolanda

Outro lugar muito bacana que conhecemos foi a Melkland, que é uma boutique de queijos e outros derivados do leite, produzidos pela própria família. Eles criam o gado leiteiro de forma muito consciente e o resultado é um leite de alta qualidade. Fomos atendidas pela Agnes, que junto com o marido é proprietária e idealizadora do local, e conhece tudo sobre os queijos ali fabricados, entre esses o parmesão e o gouda. O atendimento foi primoroso, com direito à degustação e a Agnes é uma pessoa super querida. Em anexo ainda tem um pequeno espaço para eventos. É claro que trouxemos uma variedade de queijos na bagagem. Deliciosos!


Loja de fábrica de queijos Melkland

Degustação de queijos

Nosso café/janta antes de voltar para a pousada foi no Restaurante e Pizzaria Luiziana, que naquele horário ainda estava servindo um delicioso café colonial, mas já com alguns sabores de pizza inclusos. Também com as opções de bufê livre ou por quilo, a variedade de produtos oferecidos foi boa e tudo muito saboroso. O ambiente é amplo, mas aconchegante, e o atendimento novamente nota 10.


Restaurante e Pizzaria Luiziana

Restaurante e Pizzaria Luiziana

Na manhã seguinte, após o café, já fechamos as malas, encerramos nossa estadia na pousada e fomos ao centro da cidade. Por acaso, passamos em frente à antiga estação ferroviária, que hoje abriga a Biblioteca Pública Municipal, onde paramos para fazer umas fotos. O prédio estava fechado, mas o local é muito bem conservado e vale a visita.


Antiga estação ferroviária

Antiga estação ferroviária

Nossa próxima parada foi na Praça Sant’Ana do Iapó, para conhecer a Igreja Matriz Nossa Senhora Sant’Ana, fundada em 1774, cujo interior apresenta lustres doados por D. Pedro II; além de visitar o Museu do Tropeiro, a Casa da Praça e a Casa de Sinhara que ficam no entorno. Mas qual não foi a nossa decepção ao nos depararmos com todos esses locais fechados. Questionamos alguns trabalhadores que estavam na praça e eles não souberam nos informar bem ao certo, mas imaginaram que estivesse fechado por conta de emenda do feriado que havia sido no dia anterior. Agora, pesquisando para a resenha do blog, lemos algo sobre mudança de local por conta de reforma ali, então também pode ter sido falha de comunicação. Seria bem interessante constar um aviso na porta, informando os visitantes sobre essas alterações. Afinal, viemos de longe e perdemos uma visita que seria interessante. Lamentável!


Praça Sant’Ana do Iapó com a Igreja Matriz Nossa Senhora Sant’Ana ao fundo




Museu do Tropeiro e Casa de Sinhara (Fechada, infelizmente)





Antes de partir de Castro ainda fomos dar uma volta no Parque Lacustre, que fica na região central da cidade e conta com natureza exuberante. É bastante arborizado, tem ponte pênsil, pista de caminhada, diversão pra criançada, além de belíssimos lagos originários do Rio Iapó, que ocupam grande parte do local. Ali conversamos com duas mulheres castrenses, que se ofereceram pra bater fotos nossas e demonstraram mais uma vez a cordialidade do povo local.


Parque Lacustre

Parque Lacustre

Parque Lacustre

Depois disso saímos de Castro em direção à cidade vizinha Carambeí, que fica a menos de 20 km de distância. Fundada em 1911 por um grupo de holandeses, tem atualmente cerca de 25.000 habitantes. No caminho ainda paramos no Restaurante Niemeyer, que a princípio nos chamou a atenção pelo moinho na fachada. Servem lanches e almoço, vendem bolachas, doces, queijos. Inclusive foi ali que adquirimos alguns stroopwafles, que é um biscoito típico holandês, para trazer pra casa. É um ótimo local de parada para quem está em viagem.


Restaurante Niemeyer

Chegando em Carambeí já nos dirigimos diretamente ao Parque Histórico da cidade. Este é um museu histórico a céu aberto, inaugurado em 2011, num espaço de 100 mil metros quadrados, que retrata a história da imigração holandesa na região através da cultura, arquitetura e gastronomia. É dividido em alas museais interligadas, que preservam o patrimônio histórico para as gerações futuras e encantam os visitantes. Tem a Casa da Memória, a Vila Histórica, o Parque das Águas, o pavilhão. Os jardins são encantadores, com a grama bem aparada e flores cuidadosamente cultivadas. Tudo impecável! O complexo também conta com restaurante, o Koffiehuis, onde inclusive almoçamos nesse dia, durante o nosso passeio por lá. Também trabalham com o sistema bufê livre ou por quilo e as comidas estavam muito gostosas. Anexo ao restaurante fica a lojinha de lembranças, onde é possível adquirir desde produtos locais até os importados. Tem amplo estacionamento e é bom reservar um bom tempo para ficar no parque e conhecer todas as alas. Nesse dia a entrada foi gratuita, não sabemos por qual motivo, mas no site constava R$ 30,00 por pessoa.




Parque Histórico de Carambeí

Parque Histórico de Carambeí

Rréplica da estação ferroviária do Parque Histórico de Carambeí

Réplica do interior de uma casa de descendentes holandeses

Réplica da primeira Igreja Protestante de Carambeí

Casa das Borboletas (Coleção Adolpho Los)

Parque das Águas

Parque das Águas
Restaurante Koffiehuis

Restaurante Koffiehuis
Parque Histórico de Carambeí - (Pavilhão)

Parque Histórico de Carambeí

Saindo dali, já quase no meio da tarde, fomos ao Hotel De Klomp, que também já tínhamos pré-reservado. Em ótima localização, já um pouco mais moderno do que a pousada de Castro, tinha os corredores largos, estacionamento fechado e bom café da manhã incluso na diária, que custou R$ 340,00 em quarto triplo. O quarto era confortável, arejado, com banheiro espaçoso e todas as comodidades que precisávamos. O atendimento, como nos outros lugares que visitamos, muito cortês.


Hotel De Klomp



Hotel De Klomp





Depois da rápida passada no hotel, fomos conhecer um lugar incrível que é o Het Dorp Vilarejo Holandês. Pra chegar na propriedade passamos por alguns poucos quilômetros de estrada de terra, mas o caminho até lá tem uma paisagem tão bonita que o incômodo da poeira fica pequeno. O vilarejo é um lugar encantador! É um negócio familiar que começou com a venda de queijos artesanais e hoje está na 5ª geração. Tem lavandário, queijaria, plantação de girassóis, lojinha com produtos feitos do óleo essencial das lavandas, parquinho para as crianças. Você pode fazer uma fé no poço dos desejos, ou um piquenique entre as lavandas, atravessar a ponte da sabedoria ou ainda descansar em redes estendidas num gazebo. Sem dúvida que compramos mais queijos e vários produtos oriundos das florzinhas lilases que tanto apreciamos. Na volta para o hotel ainda fomos agraciadas com um pôr do sol magnífico, que sempre de novo nos faz sentir a força divina. Um espetáculo! O ingresso custou R$ 20,00 por pessoa.


Het Dorp Vilarejo Holandês (Bilheteria)

Campos de Lavanda
Campos de Lavanda

Campos de Girassol
Het Dorp Vilarejo Holandês (Ponte da Sabedoria)

Lojinha com produtos de Lavanda
Lojinha com produtos de Lavanda

Het Dorp Vilarejo Holandês (Queijaria)
Poço dos Desejos

Pôr do Sol

Pra encerrar os passeios do dia fomos à Frederica’s Koffiehuis, que é uma charmosa cafeteria da qual tínhamos lido muitas indicações. Esse também é um negócio familiar, onde trabalham a mãe dona Frederica e três filhos. O espaço tem arquitetura inspirada na Holanda e, no seu interior, cada sala que serve os clientes remete ao aconchego, seja através do mobiliário ou das peças de decoração do acervo familiar. A variedade de tortas e salgados é bem vasta, assim como a de bebidas. Claro que não deixamos de provar a torta holandesa, que foi umas das melhores que já experimentamos. O lugar é bem movimentado, tanto que até precisamos esperar um pouco por uma mesa, mas o fluxo de clientes é dinâmico e o atendimento é ágil. Tem um bom estacionamento e acredito que o jardim seja lindo no dia claro, o que não conseguimos apreciar pois já havia escurecido quando chegamos. O preço é um pouco mais elevado, mas compatível com tudo que servem.


Frederica’s Koffiehuis



Frederica’s Koffiehuis



Nesta noite resolvemos jantar no hotel mesmo, pois nossos dias vinham sendo cansativos, entre viagens e visitações intensas. Na manhã seguinte, depois do café reforçado, encerramos nossa conta no hotel e passamos no mercado pra comprar umas coisinhas úteis, antes de seguir para a última cidade do nosso roteiro.


A Lapa é uma cidade histórica do Paraná, fundada em 1769, com o maior conjunto arquitetônico preservado do estado e sua origem também tem forte ligação com o tropeirismo. Fica 125 km distante de Carambeí, sendo que levamos quase 2 horas pra chegar. A população fica em torno de 50.000 habitantes e a economia é baseada na agricultura e pecuária, além do grande potencial turístico. Tem grande importância histórica pois foi ali que ocorreu o famoso ‘Cerco da Lapa’ em 1894, um sangrento embate entre os pica-paus e maragatos, durante a Revolução Federalista. Atualmente a Lapa é uma cidade muito tranquila, bem organizada, cheia de casinhas históricas em estilo colonial português bem conservadas, com um povo muito simpático e receptivo. Lugarzinho para o qual as estradeiras se mudariam com facilidade, de tão gostoso que é.


Letreiro da cidade

Monumento ao Tropeiro em Lapa

Chegamos já passando do meio-dia e fomos direto para o almoço no Restaurante Espaço Único. Instalado numa casa histórica, com ambiente bem peculiar, tinha um delicioso e variado bufê, novamente no sistema livre ou por quilo. O atendimento bastante eficiente, a comida saborosa e as sobremesas variadas nos fizeram considerar este o melhor restaurante de almoço da viagem, apesar de todos terem sido aprovados.


Restaurante Espaço Único

Ambiente do Restaurante Espaço Único

Bufê no Restaurante Espaço Único

Na saída do restaurante, indo para o hotel, nos deparamos com uma movimentação na praça General Carneiro, com montagem de palco, barracas, teste de som. Curiosas que somos, já fomos nos informar e ficamos sabendo que, daquela tarde de sábado até na terça-feira, aconteceria naquele local a festa de 254 anos do município juntamente com a festa de Santo Antônio, padroeiro da cidade. Iria ter quadrilha, missa, apresentação da banda municipal, música, comida e muita diversão. Já nos programamos pra ir até lá de noite.


Praça General Carneiro

Praça General Carneiro

Para o pernoite do sábado escolhemos a Pousada Solar da Lapa, abrigada numa casa histórica construída em 1893, que já serviu de residência e até de escola e já esteve prestes a ir pra demolição. Foi restaurada no início dos anos 2000 e desde 2017 passou a ser um local de pouso para os visitantes da Lapa, sendo hoje um imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico. Extremamente bem localizada, no centro histórico, é possível conhecer vários pontos turísticos a pé. Tem um pequeno estacionamento fechado e o café da manhã estava incluso na diária de R$ 310,00 em quarto triplo. As instalações, assim como o prédio todo, são muito charmosas. Nosso quarto era espaçoso e confortável, com assoalho de madeira e forro bem conservados, e o banheiro era funcional e bem equipado. As janelas davam para uma pequena igreja, que na verdade era a capela do Lar e Educandário São Vicente de Paulo. As estradeiras adoraram essa estadia e recomendam muito!


Pousada Solar da Lapa

Nosso quarto na Pousada Solar da Lapa

Café da manhã na Pousada Solar da Lapa

Depois de organizarmos nossas coisas no hotel, demos início aos passeios da tarde. Primeiramente fomos conhecer o Teatro São João, que foi inaugurado em 1876 como sede da Associação Literária e também já serviu de biblioteca. Durante o Cerco da Lapa foi convertido em enfermaria e acabou sendo bastante danificado por balas de canhões. Em 1880 recebeu a visita de D Pedro II e sua comitiva. Está sediado numa pequena construção histórica e mistura mais estilos, entre esses o neoclássico. Atualmente não recebe espetáculos, pois sua estrutura precisa de reformas. O ingresso custou R$ 4,00 por pessoa.


Teatro São João

Teatro São João
Teatro São João

Seguindo, fomos visitar 3 museus que tem suas histórias atreladas, tanto que o ingresso é único para eles, no valor de R$ 10,00 por pessoa. O primeiro foi a Casa da Memória ou Casa dos Cavalinhos. Construída em 1888, recebe este nome pois, depois de um sonho com cavalos alados, o primeiro morador da casa teria apostado na loteria imperial e ganhado o prêmio máximo de 2 mil contos de réis. Depois disso, construiu a casa com cavalos alados esculpidos na fachada. No interior, ainda se encontra com sua arquitetura original desde o teto até o chão e as paredes com pinturas originais em cores e desenhos de nuvens representam o sonho do desejo realizado. Atualmente o espaço é um museu e conserva os documentos históricos da cidade.


Casa da Memória ou Casa dos Cavalinhos
Casa da Memória ou Casa dos Cavalinhos

Casa da Memória ou Casa dos Cavalinhos

O próximo foi o Museu de Armas ou a antiga Casa de Câmara e Cadeia, cuja edificação foi concluída em 1868. No pavimento térreo, que atualmente é o museu com cerca de 600 peças, tem celas com portas e grades de ferro e também um pátio central que era usado como solário pelos presos da época. No piso superior, hoje em dia funciona a Câmara dos Vereadores. Entre as peças do acervo do museu, muito material bélico e outros itens relacionados à sangrenta batalha que a cidade presenciou.


Museu de Armas ou a antiga Casa de Câmara e Cadeia
Museu de Armas ou a antiga Casa de Câmara e Cadeia
Museu de Armas

Museu de Armas

E a terceira visita foi ao Museu Histórico, que fica anexo ao prédio do teatro. Este possui um rico acervo, como gravuras e objetos que relembram a guerra travada nos 26 dias do Cerco da Lapa e reconstitui o leito de morte do herói daqueles combates, o General Ernesto Gomes Carneiro. Durante a batalha, o local foi usado como casa pelo médico Dr. João Cândido Ferreira e também como enfermaria. Na primeira sala do prédio há o cenário real do falecimento do general, com a marquesa que foi seu leito de morte. Na parede, o quadro “A Morte do General Carneiro”, retrata este momento. O museu guarda objetos pessoais do combatente, como a carabina, a espada, o diário, as medalhas e o lenço manchado com seu sangue. Em todos os museus visitados há pessoas capacitadas para lhe contar a história do local, caso você assim queira. Nesse ambiente usamos pantufas de flanela sobre os calçados, para preservar o assoalho sem danos. Riquíssimo!


Museu Histórico

Museu Histórico
Museu Histórico

Museu Histórico

Andando pelas ruas, na sua maioria de pedras, entre o charmoso casario colonial, encontramos a estátua de Francisco Cunha Pereira Filho, considerado um lapeano de coração, que foi ex-diretor-presidente do Jornal Gazeta do Povo. Sua família teve muito destaque na história da Lapa, sendo seu avô o médico que cuidou do General Carneiro quando este foi ferido em combate.


estátua de Francisco Cunha Pereira Filho

A Igreja Matriz Santo Antônio da Lapa, que fica no entorno da Praça General Carneiro foi erguida no período de 1769 a 1787 em alvenaria de pedras. Com traços simples e torre única, seu interior não apresenta peças de arte sacra relevantes, mas encanta justamente pela simplicidade e pelo aconchego que transmite. As estradeiras ainda tentaram a sorte comprando rifas da festa do padroeiro, mas até o presente momento ninguém nos ligou para dar boas notícias do sorteio.


Igreja Matriz Santo Antônio da Lapa

Igreja Matriz Santo Antônio da Lapa

Para dar um susto no estômago, entramos na Panificadora Fachini para um cafezinho rápido. Essa é uma padaria tradicional na cidade, tem boas opções de doces e salgados, atendimento gentil, preço justo. Apesar de nossa estada ali ter sido breve, não quisemos deixar de citar, pois é um bom lugar para refeição.


Panificadora Fachini

De noite, após um banho revigorante, nos arrumamos e partimos pra festa. Fomos a pé pois a pousada não era longe da praça. Quando chegamos, estava mesmo terminando a missa e logo em seguida a Lapa Big Band tocou o hino da cidade e depois os parabéns. Mais tarde pudemos prestigiar também uma banda de rock que animou os festeiros. Era um ambiente muito animado, familiar, bem movimentado, mas sem tumulto. Comemos de monte: caldinho, espetinho, crepes, churros, coxinhas de farofa. Aliás, a coxinha de farofa é uma iguaria típica da Lapa e consiste numa massa de pastel enrolada, com recheios diversos que levam farofa. Tem de frango, carne seca, linguiça ... deliciosas! Foi uma noite muito gostosa, fria no clima, mas quente no calor humano. Que surpresa boa!


Festa de 254 anos do município e festa de Santo Antônio

Festa de 254 anos do município e festa de Santo Antônio

As estradeiras na festa de Santo Antônio

A famosa coxinha de farofa

Na manhã do domingo, após um bom café, saímos a pé para mais passeios no centro histórico. Logo em frente à pousada ficava a Casa Vermelha, que é um museu e também lojinha de lembranças, muito interessantes por sinal. Considerada pelos lapeanos como a primeira casa da cidade, construída no sistema de “taipa” ou “pau a pique” (fato que pode ser observado em um recorte feito na parede), foi feita para atender aos tropeiros como armazém de secos e molhados. Uma das últimas moradoras da casa, conservava com esmero os ambientes sempre em tom rosa e mantinha o assoalho vermelho e reluzente, fato que originou o nome com que ela é hoje conhecida. Abriga, além do acervo do museu dos tropeiros, a sala da congada (que é uma manifestação cultural típica do Paraná e está relacionada ao culto a São Benedito, patrono espiritual da comunidade negra lapeana) e o Centro de Artesanato Aloisio Magalhães, em homenagem àquele que deu a Lapa grande auxílio na restauração dos casarios. Compramos por ali várias lembranças bem bacanas, por um preço justo. Novamente o atendimento muito cordial e respeitoso. Adoramos!


Museu e Centro de Artesanato Aloisio Magalhães

Ou simplesmente "Casa Vermelha"

O jardim nos fundos da casa

Acervo do museu dos tropeiros

Sala da congada

Lojinha de Lembranças e Souvenirs

Depois fomos conhecer um dos museus mais bonitos que já conhecemos, o Casa Lacerda. Que lugar rico em história! O casarão, que serviu de residência da família Lacerda, foi construído entre os anos 1842 e 1845 e nele foi assinada a Ata de Capitulação da Lapa, durante a Revolução Federalista de 1894. Essa visita é como voltar ao século XIX, pois a preservação do mobiliário e as memórias de família são um convite a essa viagem ao passado. O casal tinha 15 filhos, portanto a casa é enorme e os ambientes como sala, quartos, cozinha e varanda são fielmente apresentados. O piso cuidadosamente encerado, também exige o uso das pantufas de feltro. Ali também é possível adquirir boas lembranças, inclusive compramos gravuras lindas. E, por incrível que pareça, não cobram ingresso. Mas tem a caixinha de doações, na qual deixamos nossa contribuição, pois esse lugar merece muito zelo e respeito. Impecável!


Casa Lacerda

Copa ou varandinha, onde era costume servir o chamado "café com mistura"

Sala de visitas (nesta sala foi assinada a rendição da cidade, durante o cerco da Lapa)

Quarto do casal

Quarto das Crianças

Banheiro

Sala do Relógio
Varanda

Logo em frente fica o Panteon dos Heroes, que é uma obra de inestimável valor histórico construída em 1944 para o cinquentenário do Cerco da Lapa. O espaço abriga os restos mortais de pessoas que lutaram na Revolução Federalista de 1894, como o General Carneiro. Na parte externa do prédio, além de canhões originais que foram usados no combate, há um painel com a antiga planta da cidade e dos locais das principais batalhas do Cerco da Lapa.


Panteon dos Heroes

Panteon dos Heroes
Panteon dos Heroes

Panteon dos Heroes

Após essas visitas, sendo já meio-dia, voltamos ao hotel para fechar nossas malas e encerrar nossa estadia. O local escolhido para o almoço foi o Restaurante Lipski. Esse é um local bem simples, mas com comida honesta. Optamos pelo bufê livre, que oferecia variedade satisfatória ao custo de R$ 35,00 por pessoa, com sobremesa inclusa. Mas, também servem comida típica tropeira lapeana à la carte, caso seja essa a sua preferência.


Restaurante Lipski
Restaurante Lipski

Depois do almoço, já um pouco mais retirado do centro histórico, fomos conhecer o Santuário de São Benedito. Infelizmente ele estava fechado naquele horário, mas sua imponência não passa despercebida. É o maior santuário do mundo dedicado a esse santo. A obra tem origem em uma capela construída aproximadamente em 1870 por um devoto, em agradecimento por uma graça alcançada. Em 1947 iniciou a construção atual, que foi concluída no Natal de 1962. Abriga a imagem de São Benedito, que havia na antiga capela, e possui vitrais em todo seu entorno. Fica num local mais elevado, sendo que sua torre pode ser vista por algumas ruas da cidade. A forte influência dos negros sobre a cultura lapeana faz de São Benedito um santo de grande devoção da população.


O imponente Santuário de São Benedito

O Parque Estadual do Monge, que foi nossa próxima parada, tem como principal atração a Gruta do Monge, onde em 1847 viveu o místico João Maria D’Agostinis, que se dedicava ao estudo das plantas, medicava enfermos, realizava profecias e fazia orações. É um local bastante arborizado, tem quedas d'água, trilhas e um mirante. Para chegar à gruta, o acesso é por uma extensa escada de pedras que leva à uma fonte de água pura. Através de uma trilha que parte dali, de aproximadamente 500 metros, pode-se ir à ‘Pedra Partida’, que é um salão de pedras que tem uma fenda. Deve ser muito bonito, mas como nosso tempo era curto nesse dia, por causa da volta pra casa, pulamos essa parte. No alto da elevação, quase na entrada do Parque, está a estátua de Cristo abençoando a cidade. Não cobra ingresso.


Parque Estadual do Monge

Projeto de polinização no Parque Estadual do Monge
Mirante no Parque Estadual do Monge

A vista do mirante
Parque Estadual do Monge

No caminho para o Parque Estadual do Monge

Mais um local que visitamos antes da partida, foi a Fonte do Quebra Pote. O Beco do Quebra Pote, nos séculos XIX e XX, era o local usado para o abastecimento de água da cidade. Pesquisas arqueológicas mostram também que, mais tarde, o antigo beco foi local de descarte de lixo doméstico proveniente das residências de famílias mais ricas. No local foram encontrados fragmentos de cerâmicas, louças holandesas, inglesas e chinesas, faiança fina, além de vidros e ferro. A história conta que, como o acesso era ruim e enlameado, ao ir buscar água as pessoas escorregavam e os potes quebravam, fato que originou o nome. A fonte é original, mas seu entorno foi restaurado com a construção de uma praça e parque infantil. Os objetos encontrados durante o trabalho de escavação estão no Museu Histórico da Lapa. É interessante, mas não imperdível. Inclusive, esse local parece bem abandonado.


Fonte do Quebra Pote

Fonte do Quebra Pote

Antes de pegar a estrada de volta pra casa, fomos tomar café na tradicional Panificadora Zeni, que já tem mais de 80 anos de história. Esse é outro lugarzinho muito fofo e simpático, com ambiente intimista e boa variedade de pães, doces e salgados. Nossa real intenção ali era comprar coxinhas de farofa pra trazer para a família experimentar, o café foi mais uma desculpa. Excelente atendimento, tanto que fritaram umas coxinhas pra nós na hora, e tudo muito gostoso.


Panificadora Zeni
Panificadora Zeni
Panificadora Zeni

E então, por volta de 16 horas, finalmente nos despedimos da Lapa e iniciamos nosso retorno pra casa. O ditado de “viajar é bom, mas voltar pra casa é melhor” sempre é válido. Mas, sinceramente, esse foi um passeio que vai deixar saudades pois foi muito leve, muito rico, realmente muito prazeroso. Foram quatro dias abençoados com muito sol, com lugares e pessoas fantásticos e, principalmente, entre amigas. Obrigada Deus, obrigada universo, obrigada às nossas famílias que nos dão suporte!


Notas:


Nesse passeio percorremos 870 km de carro e, com certeza, mais alguns a pé.

Em todas as três cidades nós comemos muito bem e por preços muito justos.

Em todos os lugares que passamos as pessoas sabem receber bem, sendo atenciosas e respeitosas.


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